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Diabetes

Diabetes Tipo 2 (DM2)

O diabetes tipo 2 (DM2) é caracterizada pela combinação de resistência à ação da insulina (RI) e à incapacidade da célula β em manter adequada a secreção desse hormônio.É uma patologia muito comum no mundo e acomete principalmente adultos e idosos, mas esse cenário vem se alterando cada vez mais com o aumento nos adolescentes.

A idade média do diagnóstico do DM2 é de aproximadamente 13 anos. Isso é justificável pelo fenômeno fisiológico da puberdade (existe menos sensibilidade à insulina) associado a obesidade resultando em resistência à insulina e consequentemente a DM2. O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais com glicemia, outros exames podem ser necessários, como peptídeo C e a dosagem de auto-anticorpos contra as células beta. O tratamento consiste em perda de peso, prática de atividade física associado a medicamentos (hipoglicemiantes) com objeto da normalização da glicemia.

Diabetes monogênico do jovem – MODY

É definido como um diabetes familiar e corresponde 1 – 5% do total de casos diagnosticados como diabetes tipo 2. Acomete jovens geralmente magros com alteração glicêmica leve e com história familiar proeminente de DM, envolvendo três ou mais gerações consecutivas, o que é compatível com um padrão autossômico dominante de transmissão hereditária. Atualmente existem mais de 10 tipos de gene descobertos. O diagnóstico baseia-se na suspeita clínica e é confirmado por teste genético-molecular determinado o subtipo e consequentemente definir o tratamento mais indicado e seu prognóstico.

Diabetes Tipo 1 (DM1)

Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é uma doença crônica caracterizada pela destruição parcial ou total das células β das ilhotas de Langerhans pancreáticas, resultando na incapacidade progressiva de produzir insulina. Esse processo pode levar meses ou anos, mas somente aparece clinicamente após a destruição de pelo menos 80% da massa de ilhotas.

O tipo 1 representa de 5% a 10% do total de casos de diabetes e pode ocorrer em qualquer faixa etária porem possui predominância na infância e na adolescência com incidência igualmente em ambos os sexos.

A causa mais comum é autoimune porém alguns casos são classificados como idiopatico (causa desconhecida). Os principais sintomas são perda de peso, excesso xixi, fome e sede intensa. Nos casos avançados pode evoluir com dor abdominal, vômitos, hálito cetônico e alteração do nível de consciência associado com frequência à cetoacidose (descompensação).

O diabetes pode ser diagnosticada através do exame de glicemia (aleatória igual ou superior a 200 mg/dL, glicemia de jejum igual ou maior de 126 mg/dL, em duas ocasiões). Pode ser feito também associado ao Teste Oral de Tolerância a Glicose (TOTG), hemoglobina glicada, dosagem de peptídeo C e de auto anticorpos. Nos casos de descompensação é indicado gasometria arterial, dosagem de eletrólitos como o sódio e potássio, urina assim como a determinação de cetonas.

O tratamento é realizado através de insulinoterapia, com a aplicação de múltiplas doses com diferentes tipos de ação, através de seringa, caneta ou sistema de infusão contínua de insulina (bomba) O objetivo do tratamento é manter as glicemias ao longo do dia entre os limites da normalidade, evitando ao máximo a ampla variabilidade glicêmica resultando numa hemoglobina glicada dentro do valor de referência para idade. A longo prazo e com tratamento inadequado complicações tanto micro e macro vasculares podem ocorrer.

Pré Diabetes

Pré-diabetes é um termo usado para indicar que o paciente tem potencial para desenvolver diabetes, como se fosse um estado intermediário entre a pessoa saudável e o diabetes tipo 2. É decorrente ao desequilíbrio entre a quantidade de insulina produzida pelo pâncreas e o funcionamento desta quantidade de insulina podendo apresentar alteração glicêmica. A causa mais comum é a obesidade. Isso se justifica devido aumento do tecido adiposo, há maior necessidade de produção de insulina porém o organismo não interpreta isso e apesar da grande quantidade ela tem ação resultando no padrão de resistência.
O diagnóstico é feito através da dosagem de glicose de jejum, insulina de jejum e o cálculo do marcador chamado de HOMA-IR, alem do teste oral de tolerância à glicose. Por se tratar de um quadro reversível o tratamento consiste em mudança do estilo de vida com a prática de esportes, dieta com redução de carboidratos simples e troca por carboidratos complexos, diminuição do consumo de gorduras saturadas e aumento do consumo de fibras com consequente perda de peso. Medicamentos podem ser associados dependendo do caso.

Hipoglicemia

A hipoglicemia é caracterizada por um nível anormalmente baixo de glicose no sangue, geralmente abaixo de 70 mg/dl.

Aumentar a quantidade de exercícios sem orientação correta, ou sem ajuste correspondente na alimentação ou na medicação; pular refeições; comer menos do que o necessário; exagerar na medicação ( insulina ou hipoglicemiantes), acreditando que ela vai trazer um controle melhor; e ingestão de álcool são causas comuns de hipoglicemia.

A hipoglicemia em situações extremas pode levar à perda de consciência, ou a crises convulsivas, sendo muito graves, e m medidas imediatas.

Os sinais da hipoglicemia pode variar de uma pessoa para outra mas em geral são:

  • Tremedeira
  • Nervosismo e ansiedade
  • Suores e calafrios
  • Irritabilidade e impaciência
  • Confusão mental e até delírio
  • Taquicardia, coração batendo mais rápido que o normal
  • Tontura ou vertigem
  • Fome e náusea
  • Sonolência
  • Visão embaçada
  • Sensação de formigamento ou dormência nos lábios e na língua
  • Dor de cabeça
  • Fraqueza e fadiga
  • Raiva ou tristeza
  • Falta de coordenação motora
  • Pesadelos, choro durante o sono
  • Convulsões
  • Inconsciência

Em algumas pessoas, o nível de glicose no sangue pode cair bem abaixo de 70 mg/dl e mesmo assim não haver sintomas perceptíveis. Esta é a chamada “não percepção de hipoglicemia”.

A melhor forma de controle é através da monitorização das glicemias, de modo a conseguir manter a glicose bem controlada, de maneira segura em relação a hipoglicemias.

A única maneira de ter certeza se suas taxas de glicose estão muito baixas é checá-las com o aparelho próprio, se possível. Entretanto, se você está com sintomas de hipoglicemia e não tem condições de fazer a medição naquele momento, faça o tratamento – garantir a segurança é a prioridade neste momento. A hipoglicemia severa pode causar acidentes, lesões, levar ao estado de coma e até à morte.

O tratamento imediato é feito com os seguintes passos:

  • Consuma de 15 a 20 gramas de carboidratos, preferencialmente carboidratos simples. Espere de 45 a 60 minutos para dirigir após um episódio de hipoglicemia.
  • Em casos graves glucagon
    E ATENÇÃO: em uma crise hipoglicêmica acompanhada de convulsões ou desmaios, não injete insulina (vai reduzir ainda mais o nível de glicose no sangue); não dê comida ou bebida pela boca, no máximo, com cuidado para não obstruir as vias aéreas e considerar o uso de glucagon.

Tratamento do Diabetes tipo 1

Existem hoje vários tipos de insulina disponíveis para o tratamento de diabetes. E compreender como elas funcionam é primordial para ter um tratamento satisfatório de forma individual. A insulina humana (NPH e Regular) utilizada no tratamento de diabetes atualmente é desenvolvida em laboratório, a partir da tecnologia de DNA recombinante. A insulina chamada de ‘regular’ é idêntica à humana na sua estrutura. Já a NPH é associada a duas substâncias (protamina e o zinco) que promovem um efeito mais prolongado.

As insulinas mais modernas, chamadas de análogas (ou análogos de insulina), são produzidas a partir da insulina humana e modificadas de modo a terem ação mais curta (Lispro (Humalog®), Aspart (NovoRapid®) ou Glulisina (Apidra®)) ou ação mais prolongada (Glargina (Lantus®), Detemir (Levemir®) e Degludeca (Tresiba®).

As insulinas podem vir em frascos e canetas. Os frascos são de 10 ml (para uso com seringas de insulina) e o refis, são de 3 ml (usados em canetas de aplicação de insulina), assim como podem vir em canetas de aplicação descartáveis. Outra forma de administração de insulina é a bomba de insulina. Independentemente do método, é importante entender alguns conceitos, confira:

Características dos tipos de insulinas

A tabela abaixo descreve as características dos tipos de insulina existentes. O início da ação é a velocidade com que a insulina começa a trabalhar após a injeção; o pico é a hora em que a insulina atinge o ponto máximo no que diz respeito à redução de glicemia e a duração é o tempo em que a insulina age no organismo.

TIPO insulina Inicio da ação Pico Duração Horário para utilização
Ultrarrápida (Análogos Ultrarrápidos)

Apidra® Glulisina)

Humalog® (Lispro) NovoRapid® (Asparte)

 

10-15 minutos 1-2 horas 3-5 horas Utilizada junto às refeições. Deve ser injetada imediatamente antes das refeições
Rápida (Insulina Humana Regular)

Humulin®

Novolin®

 

30 minutos 2-3 horas 6 horas e 30 minutos Utilizada junto às refeições ao dia. Deve ser injetada entre 30 e 45 minutos antes do início das refeições.
Ação intermediária (NPH – humana)

Humulin® N

Novolin® N

 

1-3 horas 5-8 horas Até 18 horas Frequentemente, a aplicação começa uma vez ao dia, antes de dormir. Pode ser indicada uma ou duas vezes ao dia. Não é específica para refeições.
Longa duração (Análogos lentos)

Lantus® (Glargina)Levemir® (Detemir)Tresiba® (Degludeca)

 

90 min Sem pico Lantus: até 24 horas
Levemir: de 16 a 24 horas
Degludeca: > 24h
Frequentemente, a aplicação começa uma vez ao dia, antes de dormir. Levemir pode ser indicada uma ou duas vezes ao dia. Tresiba é utilizada sempre uma vez ao dia, podendo variar o horário de aplicação. Não é específica para refeições

bomba de insulina constitui dispositivo de infusão contínua de insulina de ação rápida. Trata-se de equipamento de alta tecnologia que permite a programação de esquema basal de insulina associado à bolus antes das refeições. O seu médico vai indicar qual a melhor opção terapêutica de forma individualizada